Abrias o guarda-chuva enquanto me encostavas a ti, com todo o cuidado para que eu não me molhasse +.+
e levavas-me a casa, todo protector, como se a chuva matasse.
E a meio do caminho eu parava-te o passo, aproximava os meus lábios dos teus e era como se o tempo parasse e a chuva ficasse suspensa. Nada interessava, apenas eu e tu .
E aí, a chuva deixava de importar, era apenas um pormenor irrelevante, e largavas o guarda-chuva só para me poderes abraçar como deve de ser.
E íamos construindo felicidade a cada gota fria. O ritmo dos passos era controlado pelo bater do coração, meu e teu, nosso.
E quando chegavas ao meu portão paravas, com medo de atravessar a linha, tal era o medo que tinhas aos meus pais; e lembro-me de dizeres que estava entregue. Um beijo rápido, escondido e disfarçado dos olhares dos vizinhos pois "parece mal". E ias.
E telefonavas a perguntar se tinha entrado em casa em segurança (...) E eu sorria, embebecida, pelo teu amor.
Essas noites deixaram de se repetir.
Mas bem, está a chover e nunca fui de me proteger a mim mesma. e TU, onde estás?